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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Soneto para ler numa segunda-feira

Imaginar a vida como se fosse um filme. Atitude típica de uma segunda-feira cinzamente paulistana. Tão útil quanto perversa. Esse sonetinho antigo fala exatamente disso.

É tão mais simples assistir a vida
Como se fosse um filme no futuro
Do que viver cada momento obscuro
Que se vive no concreto da avenida.
Os créditos rodariam ao final das cenas
Eu iria para casa, sem realidade,
Sem vida, sem pressa, sem idade
Pulando horas, atravessando arenas.
Se a vejo assim, de forma mais amena
Ela me acena com um final feliz.
Eu esqueço que vivo por um triz.
Eis o dilema sem nenhum verniz:
Ou fomentar ali o que me valha a pena
Ou contentar-me aqui com um pouquinho de cinema.