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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Poema novo

na praça!


VIDA ZUNIDA.

A vida dormia do lado de fora,
sempre à espreita no sereno.
Às vezes tocava a campainha
e fugia em desabalada carreira.
Na rua me ultrapassava
e eu corria atrás dela
até finalmente alcançá-la.
A vida demonstrou ser afável
e cruel.
Ela é uma criança passando trote,
brincando no chão.
É um constrangedor trava-línguas.
É o sol entrando pela janela de manhã.
É um cume de montanha nevado
visto de muito longe.
É cheiro de mato úmido cortado
e também de óleo diesel queimado e banheiro público.
A vida é som de buzina e música boa.
É um sorriso escancarado.
E ela vinha através de suas mãos trêmulas
segurando as minhas
ou me trazendo uma xícara de café quente.
Também se abria nos relatos do dia,
cheios de aventuras e alegrias,
em seu olhar amoroso,
em seu abraço macio.
Um piscar de olhos e a vida se esvai.
Pois veio sorrateira
e foi levando tudo pelo caminho.
Menos as histórias.