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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Já dizia Einstein...

Que a teoria da relatividade poderia ser explicada ao se imaginar o quanto a mesma unidade de tempo pode ser diferente, ou em outras palavras, cinco minutos beijando a mulher amada passam muito mais rapidamente do que cinco minutos com a mão encostada num fogão quente. Daí esse soneto.




HORAS DESIGUAIS


Todas as horas estéreis do dia
Que antes eram fáceis e passageiras
São agora pedras pontiagudas e frias,
São horas eternas, horas inteiras.
As noturnas, porém, quando ao teu lado,
São sorvidas com a ânsia dos moribundos
Pois valiosas como o leite derramado,
São as horas mais rápidas do mundo.
Gostaria de poder fazê-las lentas
Como longos os teus beijos abissais
Seriam no limiar do que a alma sustenta.
Resta-nos reconhecer como cais
A saudade que se transforma em tormenta,
No desconcerto dessas horas desiguais.