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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sim, podem me acusar...

de ser excessivamente autofágico, metalinguístico. Sempre gostei de ter como tema o ato de escrever. Este é apenas mais um texto cometido em nome disso:



INVERSÕES


Aprendi a apreciar as rimas.
De menino, a distribuir ritmos,
Versificar métricas,
Metrificar versos
E os sentidos.
Empreendi viagens por rios insuspeitos.
Voei por céus nunca voados.
Aprendi a fugir das rimas.
Prescindi da métrica
Dos imprescindíveis versos
Mas nunca fugi dos ritmos.
Adorei o desenho das letras.
Acompanhei ludicamente seus contornos.
Solidifiquei-os na memória.
Decorei meus próprios versos
E as palavras com o sólido contorno
Das inesquecíveis letras.
Nunca esqueci que escrever
É esquecer tudo o que escrevi
E começar do nada,
Do vácuo, da primeira letra.