Total de visualizações de página

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Muitas vezes....

a vida nos impõe tarefas muito difíceis, árduas, inesperadas. Ser obrigado a esquecer alguém que não se quer esquecer é apenas uma delas, talvez das mais impossíveis. Este soneto antigo fala disso:




DESAPARECIMENTO


Hoje de manhã vi você na esquina.
A vi depois, atravessando a rua.
Cocei meus olhos, você estava nua
Em passo lento, rosto de menina.
A tardinha você passou por mim.
Em passos largos, passou bem rente.
Estava então quase transparente,
Numa pressa de quem vislumbra o fim.
E então a noite você foi sumindo.
Como ultimamente já vinha vindo.
E teu sorriso alvo escureceu.
A madrugada veio e foi se abrindo.
Restou apenas teu calor dormindo.
Você finalmente desapareceu.