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domingo, 10 de outubro de 2010

Quem em sã consciência...

cometeria o despautério de escrever um soneto sobre a "bunda"? Drummond? Bandeira? Quintana? Pouco provável. Não que eles não tenham escrito poemas eróticos. Escreveram sim mas estes ficaram guardados a dezessete chaves e só foram divulgados após a morte dos poetas citados. Eu, que não estou sob a pressão da fama e nem tenho compromisso com o bom mocismo, cometi, há alguns anos, esse desatino:



SONETO GLÚTEO


A este formoso pomo de dama
Que aos sonhos profundos inunda,
Que as horas ociosas inflama
E que se convencionou chamar bunda,
Às duas montanhas de almas gêmeas
Com textura de pele infantil,
Escultura propícia às fêmeas,
De incomum denominação gentil
É que componho este soneto fútil,
De estrutura elementar volátil
Para designar o meu amor glúteo
Que extrapola a sensação táctil
E reclama uma dentada útil
Na maciez de região tão retrátil.