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terça-feira, 10 de agosto de 2010

É fácil reparar...

Que nos meus escritos nunca busco o hermetismo deliberado. A poesia é quase sempre hermética porque nasce entre os desvãos da alma. Mesmo assim, entendo que o texto poético flui mais claramente se estiver isento de figuras indecifráveis. Por outro lado, às vezes sai um texto mais difícil, como este que posto hoje, em homenagem ao tipo de inverno mais agradável que existe: ensolarado e quente durante o dia e friozinho à noite. Dá pano prá qualquer manga!



SOL DE INVERNO


Sob o sol escaldante de um julho atípico,
Lembranças.
Luz do abajur da sala,
Sofá macio,
Rio de lembranças.

Sob os vinte e seis graus de um inverno mítico,
Sensações invertidas.
Água fresca no corpo,
Cheiro de perfume de criança,
Dança adulta.

Sob a certeza de um movimento elíptico,
Fatos repetidos.
Datas coincidentes.
Gosto de inverno que queima
E teima em vir.