eu escrevia sonetos, um dia escapou este:
SOLIDÃO DEFINITIVA
A noite é longa e fria.
Não me é dado saber o porque,
Nem como, mas só penso no que
Tua ausência me causaria.
Penso em não estar contigo
Tanto quanto na solidão definitiva
Que improvável, todavia aflitiva,
Azeda a vida, destila o castigo.
Penso em você agora e talvez
Como se incerta a tua permanência,
Como se fosse a última vez.
Tento adequar meu paladar à ciência
De sorver a doçura que brota abundante
Do sorriso que traduz tua transparência.