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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quem nunca...

Se sentiu inadequado? Sobrando? Quem nunca se sentiu um estorvo? por um motivo ou por outro? Não me lembro o que aconteceu e que me motivou a escrever esse soneto, mas certamente não foi algo agradável.





ELEMENTO ESTRANHO



Nunca fui cão em fundo de quintal,
Nem gato singrando muros.
Nunca encontrei meu habitat natural.
Sempre me vi em indescritíveis apuros.
O mundo para mim é uma selva
Dentro de outra selva indecifrável
E os animais que dormitam em sua relva
São de natureza nada afável.
A vã tentativa de um viver fecundo
Esvai-se na liquidez de um banho
E dorme no leito de um lago fundo.
Escreverão na lápide de estanho
No fim do dia em que eu deixar o mundo:
“Aqui jaz um elemento estranho”.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Temos sonetinhos de amor?

Sim, sim, temos mais!





DOIS ELEMENTOS


Às águas claras deu brilho
Um raio de sol empoeirado
Riscando o ar com seu trilho
Compacto, amarelo, determinado.
Pudemos ver toda a aparência
Da água, como se inexistente
E em cada molécula de transparência
O feixe de energia sincera e quente.
Com dois elementos inventamos um mundo
De vida intensa porém fugaz,
Imune ao frio e desprovido de mágoa.
E ali em nosso mar, bem lá no fundo,
Não conseguiremos distinguir jamais
Aquilo que é luz daquilo que é água.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

EIA, SUS!!!

3.000 ACESSOS!!!
OBRIGADO A QUEM PRESTIGIA!!!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Povo do meu blog....

Retornamos hoje com mais um colóquios!




COLÓQUIOS INSENSATOS 6



- Tira esse parafuso.
- Já tirei esse e não adiantou nada, eu acho que é melhor desatarraxar aquela engrenagem ali e retirar a bobina.
- Qual engrenagem, essa?
- Não, aquela ali atrás, à direita do rotor.
- Se você afrouxar essa engrenagem vai acabar engripando essa estrutura toda aqui que depende dela para girar.
- Lógico que não, cê ta maluco?! Essa estrutura só está aí para dar suporte para aquela bobina, que alimenta o rotor.
- Iiih, não tem nada a ver.
- Lógico que tem! Olha o fusível! Olha o fusível aí....
- Que fusível o que rapaz, isso é um transistor!
- Não senhor, transistor é esse aqui ó...preso nessa arruela...
- Tá, então não vou dar mais palpite, mas que vai dar merda, vai!
- A casa agradece.
- O que?!
- Você parar de dar palpite...
- Nããão, não tira esse parafuso não! Você vai soltar os arrebites todos!
- Ué, você não tinha parado?!
- Tá bom, tá bom...última pergunta....o que é esse troço aí?
- Não tenho a menor idéia.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Os caçadores do poema perdido...

Encontraram mais um, bem antigo:



ESCREVER VERSOS COM SONO


Escrever versos com sono é pensar em estéreo
E segurar a caneta em mono.
Emitimos ondas alfa todavia
As quais são mais propícias à porfia.
Escrever versos com sono é deixar de ser todo ética,
É deixar de ser da alma dono.
A pureza poética sofre perdas, na verdade,
Mas o coração esquece as dores do abandono.
Escrever versos com sono é falar sobre a primavera
Em pleno outono.
Acabamos por confundir, entretanto, o nome da mulher amada,
Ainda que seja Maria.
Escrever versos com sono é disputar com sete atletas
E chegar em nono.
É não esquecer, todavia, de assoviar
A mesma velha melodia.
Escrever versos com sono é desprezar qualquer desabono.
É não ser escravo da caligrafia,
É sonhar em plena luz do dia,
É ser monarca sem trono.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Para que não digam,,,

que nunca escrevi um soneto decente sobre o amor...



BEM DA VIDA

O bem da vida é astuto.
Quanto mais o ouço, o rejeito.
Quanto mais destruído e refeito
Maior a sanha com que o refuto.
Surge assim, do nada incerto,
Entre os desvãos das almas distraídas,
Dissimulado, corroendo em investidas
O peito vulnerável e entreaberto.
Ele acelera e surge rápido como um trem
E toma de assalto o meu dia
E o outro, o outro e o mês que vem.
Sei o que me espera e se sofria
Antes, quando esperava por alguém,
Aguardo feliz tudo o que temia.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Olhem o que eu encontrei....

perdido nas gavetas escondidas do meu computador: um poeminha despretensioso, escrito há mais de 15 anos. Apenas para quebrar um pouco a sequência dos "colóquios insensatos", os quais retornarão ao seu tempo.



ENTRE PARÊNTESIS


Vez ou outra surge um obstáculo,
(Não bastassem os específicos do vernáculo)
Que desaba sobre a mente do poeta.
Um balde de água fria que o afeta
(A ponto de abdicar de sua caneta)
Por semanas, numa espécie de dieta.

Uma namorada que abomine a poesia
(Por charme, ignorância ou teimosia)
Basta para manter desativado
(Desde que se esteja apaixonado)
O veio lírico, antes vívido e brilhante,
Que agora dorme tímido e calado.

Pois todo artista necessita do aplauso
(Há quem não o queira por acaso?)
E bem melhor do que meramente aplaudido
(Festejado, admirado, consumido)
É sê-lo por alguém que, especialmente,
Se deseja num gostar bem desabrido.

Mas para o bem ou mal da arte,
(Há sempre alguém que chega e outro alguém que parte)
O gostar do poeta é tão pulsante
(Tão intenso e deslumbrante)
Que logo apaga sem deixar ferida
E, estando o poeta na vida,
Retorna a poesia triunfante.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

De onde veio estes...

Tem muito mais!




COLÓQUIOS INSENSATOS 5


- Ai amiga, então tipo me conta tudo!
- Ah aí eu sentei assim tipo meio pertinho dele né?! Ele me olhou assim tipo canto de olho.
- Mas ele tipo falou alguma coisa?
- Não, tipo assim logo de cara não, mas eu percebi que ele estava tipo olhando assim bastante.
- E era tipo gato?
- Aaaah, tipo bem gatinho. Daí ele chegou perto e já foi tipo dizendo que queria me conhecer.
- Tipo, tipo?
- Ah, tipo meio tímido no início mas vai tipo se soltando sabe?!
- E depois, tipo rolou alguma coisa?
- Não, não mas ele tipo quis meu telefone e disse que vai ligar tipo quinta ou sexta pra gente tipo marcar algum coisa.
- Aaai que bom amiga! Eu tô assim tipo bem feliz por você viu?! Conta mais.
- Sei lá, o cara é um tipo.
- Tipo o que?
- Assim, tipo de engraçado sabe?!
- Ah sei, tipo tipinho?
- É, tipinho, mas ao mesmo tempo é tipo tipão!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Êêêita....

Mais um colóquios!




COLÓQUIOS INSENSATOS 4


- Tá, bola seis na caçapa do canto.......errei merda!
- Pô Ferreirinha, hoje você tá jogando mal hein, já perdeu a maior grana!
- A grana é minha e você não tem nada a ver com isso. Bola sete no meio.....errei de novo cacete!
- Ferreirinha, essa você já perdeu, desiste e vamos parar por hoje.
- Parar a puta que o pariu, vamos jogar outra.
- Não Ferreirinha. A gente somos amigos e não queremos te limpar pôrra, você já perdeu mais de 500 paus e a gente sabemos que você não tem essa grana....
- É não tenho grana mesmo...então tô apostando o meu chevette 73 e minha mulher!
- Pôrra Ferreirinha!!!!
- É isso aí! Meu chevetão tá caído mas a patroa vai junto!!!.....o que é? Porque vocês tão fazendo essa cara?
- Não é Ferreirinha....sabe?....na boa...vamos jogar então, tudo bem, mas só o chevette já tá bão.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Lá vamos nós...

Com mais um texto da série...




COLÓQUIOS INSENSATOS 3


- PÁ, um, dois, três, quatro.......foi.
- PÁ, um, dois, três, quatro, cinco, seis...foi.
- PÁ, um, dois, três, quatro, cinco...foi.
- Que é que cê tá fazendo ô Zé Mané?
- O que o Tonhão mandou ué!
- Mas tá contando o que maluco?
- É o seguinte: eu tô atirando na direção do coração e fico contando quantos segundos o cara demora para apagar. O record é 11 segundos daquele moreninho ali ó...
- Cê pirou de vez? O Tonhão mandou atirar na cabeça! Qué morrê maluco?
- Na cabeça não pôrra! Esses caras todos tem filhos. Amanhã é dia dos pais pô. Já imaginou a filharada vendo o pai no caixão com um puta buracão na testa?
- Tá, cê que sabe...depois se entende lá com o chefe então.
- Ah, não enche o saco e deixa eu fazer meu trabalho que eu tô atrasado. Puta cara insensível meu!
- PÁ, um, dois.....