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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Nessa madrugada quente...

Me lembro do longínquo ano de 1994, quando estive na Cidade do México e visitei a casa azul no bairro Coyoacan, hoje Museu Frida Kahlo, onde a pintora nasceu, viveu e morreu. Me apaixonei instantaneamente pelo lugar e por aquela estranha e linda mulher, falecida 40 anos antes. Anos depois, li nos jornais o registro da existência de uma "seita religiosa" cultora do "kahloísmo", baseada na maneira de viver e ver o mundo de Frida. Na época, fascinado, escrevi o poema que segue:


FRIDA



Esta noite eu sonhei com Frida.
Eu sempre quis ser livre e selvagem,
Sempre desejei a roupagem de uma nova vida.
Eu sempre amei Frida, antes mesmo da viagem.
Sabe lá o que eu quisera.
Quisera ser Diego Rivera,
Beijá-la todo dia,
Viver com ela na casa azul,
Esconder-me em seu armário,
Ser um pincel em sua mão tardia,
Afagado como os cães
Que habitavam seu relicário.
Passear com ela de manhã
Pelas ruas verdes e tranquilas de Coyoacán.
Quisera seu coração livre e mexicano.
Quisera admirar, na primavera,
O inverno de suas sobrancelhas,
Ser o vento colorido que a levou.
Quisera ser Rivera
E amá-la muito mais do que ele a amou.