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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quem nunca...

Se sentiu inadequado? Sobrando? Quem nunca se sentiu um estorvo? por um motivo ou por outro? Não me lembro o que aconteceu e que me motivou a escrever esse soneto, mas certamente não foi algo agradável.





ELEMENTO ESTRANHO



Nunca fui cão em fundo de quintal,
Nem gato singrando muros.
Nunca encontrei meu habitat natural.
Sempre me vi em indescritíveis apuros.
O mundo para mim é uma selva
Dentro de outra selva indecifrável
E os animais que dormitam em sua relva
São de natureza nada afável.
A vã tentativa de um viver fecundo
Esvai-se na liquidez de um banho
E dorme no leito de um lago fundo.
Escreverão na lápide de estanho
No fim do dia em que eu deixar o mundo:
“Aqui jaz um elemento estranho”.